Autor: Priscilla da Silva Rodrigues
Resumo:
Meu objeto de estudo é o conceito de esclarecimento na filosofia de Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. Pretendo com este trabalho obter elementos que apontem uma possível saída para o paradoxo ocorrido com o processo de esclarecimento na civilização ocidental que, segundo os autores, tem seu germe desde os primórdios da humanidade e instaurou um quadro de dominação da natureza e dos homens, culminando na destruição do indivíduo e de suas expectativas iluministas da promoção de melhores condições de vida e do bem-estar humanos. Esta análise se dará a partir do estudo de alguns textos de Adorno, como “Educação e Emancipação”, “Teoria da semicultura” e, em especial, a obra Dialética do Esclarecimento, escrita conjuntamente por Theodor Adorno e Max Horkheimer. Refazendo o percurso criado por eles nesta última obra, procurarei apontar trechos que nos indicam, ainda que de modo sutil, que a preocupação de ambos os autores não era a de apenas criticar a civilização ocidental do período em que viveram, mas sim a de denunciar o rumo da humanidade “esclarecida”. Pretendo também mostrar que, ao contrário do que diz a crítica acima, eles se preocuparam em pensar e apontar meios que pudessem livrar os homens da dominação sofrida e proporcionar a estes uma vida autônoma e consciente do status quo. Com esse apontamento pretendo refutar a fama de pessimistas atribuída a eles. Pretendo ainda mostrar de que maneira essa saída seria possível sem contradição, uma vez que esta parece ser uma aporia – pois na obra, ao mesmo tempo que o processo de esclarecimento da civilização ocidental é considerado pelos autores como o responsável pela dominação sofrida pelos homens, pela não promoção da autonomia e bem-estar humanos e também pelo regresso da humanidade à barbárie (devido à Auschwitz), parece também considerado pelos autores como a única solução possível para os problemas causados por ele (pelo esclarecimento).
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