Objetos da Memória Episódica: Um caminho para o embate entre continuístas e descontinuístas

Autor: Matheus Vinícius Cavalcante

Resumo: A presente pesquisa dissertativa tem o objetivo de propor que a discussão filosófica sobre os objetos da memória episódica pode fornecer caminhos para o debate entre continuístas e descontinuístas, isto é, que se resolvermos o debate sobre o que constituí a memória episódica, poderemos encontrar caminhos para a discussão sobre a relação entre memória episódica e imaginação. Para isso, nos atentaremos, no primeiro capítulo, à discussão panorâmica sobre os principais conceitos da atual Filosofia da Memória e às teorias que se destacam na tentativa de descrever o ato de lembrar episodicamente, dessa maneira, concluirei que a teoria da viagem no tempo mental em conjunto com a teoria da simulação se mostram mais promissoras em relação à teoria causal da memória. No segundo capítulo, depois de adquiridas as noções mais fundamentais de Filosofia Memória, analisaremos as teorias que disputam a melhor descrição sobre os objetos da memória episódica; considerarei ao final que, entre o realismo indireto, o representacionalismo simulacional, o realismo direto e a teoria híbrida, a concepção que melhor descreve os objetos da memória episódica é o representacionalismo simulacional. Por último, o terceiro capítulo apresentará os argumentos continuístas e descontinuístas a partir de uma perspectiva fundamentada na teoria da simulação e no representacionalismo simulacional. Argumento no terceiro capítulo, que a teoria da simulação e o representacionalismo simulacional favorecem o continuísmo, no entanto, dois argumentos descontinuístas enfraquecem o continuísmo moderado, dessa maneira, proponho uma versão mais fraca de continuísmo que denomino continuísmo fraco. Concluo que o continuísmo fraco é uma boa alternativa ao debate entre continuísmo e descontinuísmo, além disso, sugiro que é necessário se atentar às discussões sobre imaginação para obtenção de um debate mais qualificado entre continuísmo e descontinuísmo.