Em mais uma edição do Seminário Integrado de Filosofia do PPGFil UFMT, temos o prazer de confirmar a palestra do professor Marco Aurélio (UFSJ), intitulada “Alucinação e Conteúdo Perceptivo”.
Quando? Dia 14/06/2022, terça-feira, às 16hs (Cuiabá), 17hs (Brasília)
Via Zoom. Links para os alunos e professores serão disponibilizados no dia do evento.
Resumo:
Experiências visuais tipicamente apresentam uma cena na qual objetos particulares nos são apresentados. Dizemos que um estado perceptivo é fenomenologicamente singular se, e somente se, a particularidade se encontra dentro do escopo de como as coisas são percebidas pelo sujeito. O ponto central, muitas vezes negligenciado, é que não apenas percebemos objetos particulares, mas os percebemos enquanto particulares. No presente trabalho, defendemos que o sentido fenomenológico no qual uma experiência é particular e o sentido metafísico/semântico no qual uma experiência é sobre um objeto particular não se confundem e não precisam entrar em conflito um com o outro. Um caso que ilustra bem a tensão desses níveis é a experiência alucinatória, que pode possuir singularidade fenomênica sem ser acerca de nenhum objeto particular existente. A alucinação mostra que há um nível intermediário do conteúdo perceptivo que pode ser compreendido como uma espécie de conteúdo esquemático que determina condições mínimas de satisfação para que a experiência possa representar (veridicamente ou não) um estado possível do mundo. Este nível intermediário mostra-se o mais adequado para capturar o caráter fenomênico de experiências perceptivas. A alucinação, como veremos, é um tipo peculiar de falha representacional: ela não chega a possuir um conteúdo pleno, não chega a representar um estado de coisas. Entretanto, por possuir um conteúdo esquemático, ela possui os elementos suficientes para determinar uma fenomenologia potencialmente idêntica ao de uma experiência verídica, incluindo a particularidade fenomênica.