A INFLUÊNCIA DO PENSAMENTO TEOLÓGICO NO PEOJETO FILOSÓFICO INICIAL DE MARTIN HEIDEGGER

Autor: EricEwans Mendes

Resumo:

A vida acadêmica de Heidegger começou na teologia, migrando para a filosofia a partir do ano de 1912 e convertendo-se a uma espiritualidade conciliatória (protestantismo livre associado com a preservação de elementos da espiritualidade cristã católica) em 1919. Durante esse tempo, critica a teologia por ter adotado a metafísica para trabalhar o conhecimento de Deus, apresentando um ser supremo e impessoal. As influências de São Paulo, Santo Agostinho, Lutero, Kierkegaard e outros, contribuíram para o desenvolvimento do seu projeto filosófico inicial, que resultou em sua obra mais importante: Ser e Tempo (1927), obra em que é possível notar a extração do pensamento cristão e forte relação estrutural com a interpretação que ele mesmo [Heidegger] faz da vida proto-cristã apresentada por Paulo nas duas Epístolas aos Tessalonicenses. Do mesmo modo, sua analítica do Dasein exerceu forte influência sobre o pensamento teológico católico e protestante e também sobre a filosofia da religião, na pessoa de Bernhard Welte. Na teologia católica, tem as representações de Karl Rahner, Edith Stein e Max Müller. Do lado protestante, Klaus Berger, Wolfhart Pannenberg, Paul Tillich, e Rudolf Bultmann, com quem Heidegger manteve uma relação fraternal e intelectual desde quando se conheceram em Marburg e que durou cinquenta anos, registrado nas correspondências trocadas entre ambos. Essa relação intelectual resultou na adoção da analítica do Dasein de Heidegger por Bultmann em sua teologia existencial, que levou ao método hermenêutico conhecido como Demitologização [Entmythologisierung] e possui a intenção de remover os empecílios mitológicos da Bíblia para a compreensão da verdadeira fé.

Clique aqui para realizar o download