Parapsicologia é Ciência?

Autor: Fábio Lázaro Queiroz

Resumo: O objetivo deste trabalho é investigar a cientificidade de uma área de legitimidade questionada: a parapsicologia. Para isso, apresento no primeiro capítulo da dissertação a discussão histórica do que ficou conhecido como “problema da demarcação”, isto é, a tarefa de caracterizar e demarcar a ciência do que não é ciência e, especificamente, do que é considerado pseudociência. No segundo capítulo, apresento um critério atual de demarcação considerado adequado para a tarefa em questão. No terceiro capítulo, faço algumas incursões no tratamento histórico do problema da demarcação no que concerne à parapsicologia. Somente no quarto capítulo apresento o estudo de caso propriamente dito. O foco central dessa parte é apresentar o debate a respeito da cientificidade da parapsicologia. Com isso, pretende-se ao mesmo tempo aprofundar a compreensão sobre o problema da demarcação e contribuir para a tarefa prática de demarcação de campos que têm seu estatuto científico contestado. Ao longo desse capítulo e na conclusão do trabalho, é defendido o estatuto científico da parapsicologia, mostrando como as razões comumente alegadas em seu desfavor falham no propósito de situá-la como uma pseudociência. Por fim, nas considerações finais são retomados brevemente os temas tratados nos capítulos anteriores, na tentativa de fornecer uma visão geral do caminho percorrido na dissertação, onde é reforçada a crítica de aspectos do critério demarcatório utilizado em função de certos comprometimentos filosóficos, como o monismo mente-corpo, bem como sobre o cuidado que se deve ter, em casos demarcatórios polêmicos, com certos grupos que desposam uma imagem distorcida da ciência e usam-na com o fim de defendê-la.